quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O professor no espelho

Angela Maieski* - 20.01.13
Sinovaldo – GrupoSinos.com.br
Uma imagem vale por mil palavras. Velho ditado, mas, a qualquer tempo hodierno. 

As Charges – com letra maiúscula, pois aprendi que nome próprio começa sempre assim, se bem que hoje alguém pode dizer que é “caixa alta” –  são o reflexo da sociedade em um dado momento e merecem  ter status de estrelas, assim como a maioria dos autores. Os chargistas são uma classe especial de artistas, pois conseguem resumir eventos e fatos, traduzindo realidades nos traços simples ou rebuscados, ora brincando com a tristeza, ora dramatizando a alegria. Por vezes, conseguem até congelar o tempo, tornando-se atemporais, se bem que essa não seja uma característica comum a elas.

Os chargistas não costumam priorizar um assunto. Usam todo e qualquer tema que seja atual, mas por vezes, sabe-se lá por que motivo oculto conseguem em uma imagem, relatar todo drama de uma categoria. As duas charges que ilustram o texto, utilizadas com a permissão do autor, refletem  o drama, – ops… acho que vou trocar por “problema” para não ser dramática – que afeta a educação pública em alguns rincões desse imenso país de dimensões continentais .

O chargista desenha aquilo que a sociedade percebe ou a sociedade percebe aquilo que o chargista desenha?

O espelho reflete aquilo que está diante dele, ou,,, Não importa. Importante mesmo é que a situação exposta nas charges não é reflexo apenas da reclamação de professores, que de acordo com alguns, estão sempre reclamando, de barriga cheia. Se a ideias do chargista render frutos, ou melhor, cestas, parte do problema estaria resolvido, para alegria de uns, que com toda propriedade diriam: – reclamando de barriga cheia.

Por outro lado, difícil seria guardar os poucos alimentos, pois logo eles seriam sugados pelo sumidouro, já que não há piso capaz de deter a erosão do salário, ops… do solo amado da pátria Brasil. Professores são, portanto, vistos como pessoas de pequenas, mas bem pequenas posses. 

Pose até fazem, todo dia diante do espelho, treinando a melhor expressão para não deixar transparecer a desilusão e continuar vendendo a ideia de que educação é a solução.

Solução para que? Para quem? 

A educação é emancipatória? Não para o professor. A educação proporciona direitos? Não para o professor. A educação forma cidadãos? Não se for professor… Se fosse emancipado, seria um cidadão com direitos plenos, trilhando seu caminho sobre o piso bem pavimentado, por Lei.

Charges do Sinovaldo publicadas no Jornal ABC – 13/01/2013 e Jornal NH 15/01/2013.

*Angela Maieski é professora estadual em Novo Hamburgo.
 
http://amaieski.wordpress.com/


Por Siden Francesch do Amaral, Professor e Diretor Geral do 14º Núcleo/CPERS-Sindicato.


Fonte: Blog 14º Núcleo CPERS/Sindicato

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